O artigo procura repensar alguma caraterísticas da filosofia africana no espaço da língua portuguesa em comparação com outros contextos africanos que foram atravessados pelo processo de colonização (em particular a África francesa e inglesa). Depois dos processos de independência que se fundaram sobre pensamentos ideologicamente fortes (nomeadamente o caso de Amílcar Cabral), os tempos pós-coloniais não parecem ser marcados por reflexões radicais como ocorreu em outros âmbitos, sobretudo a partir de um enxerte favorável de diferentes pensamentos radicais. Discutindo a diferença entre filosofia e pensamento no quadro da revisão do pensamento sobre a comunidade, que desconstrói a obra identitária e as narrativas de nação, propõe-se encontrar na literatura – e não na filosofia no sentido estrito, nos contextos da África de língua portuguesa – estilhaços deste pensamento radical que se encontram disseminados em numerosos textos. Partindo do caso da reconfiguração da comunidade no clássico Luuanda de Luandino Vieira, a perspetiva que se esboça é a de um mapeamento do pensamento africano no espaço da língua portuguesa disseminado em textos literários.
Vecchi R. (2020). A arma da teoria. Pensamento africano e literatura. VEREDAS, 33, 5-15 [10.24261/2183-816x0133].
A arma da teoria. Pensamento africano e literatura
Roberto Vecchi
2020
Abstract
O artigo procura repensar alguma caraterísticas da filosofia africana no espaço da língua portuguesa em comparação com outros contextos africanos que foram atravessados pelo processo de colonização (em particular a África francesa e inglesa). Depois dos processos de independência que se fundaram sobre pensamentos ideologicamente fortes (nomeadamente o caso de Amílcar Cabral), os tempos pós-coloniais não parecem ser marcados por reflexões radicais como ocorreu em outros âmbitos, sobretudo a partir de um enxerte favorável de diferentes pensamentos radicais. Discutindo a diferença entre filosofia e pensamento no quadro da revisão do pensamento sobre a comunidade, que desconstrói a obra identitária e as narrativas de nação, propõe-se encontrar na literatura – e não na filosofia no sentido estrito, nos contextos da África de língua portuguesa – estilhaços deste pensamento radical que se encontram disseminados em numerosos textos. Partindo do caso da reconfiguração da comunidade no clássico Luuanda de Luandino Vieira, a perspetiva que se esboça é a de um mapeamento do pensamento africano no espaço da língua portuguesa disseminado em textos literários.File | Dimensione | Formato | |
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