Este artigo visa articular um “encontro” entre o operaismo (WRIGHT 2017 – também designado como “marxismo autonomista”, doravante “MA”, termo que sublinha um horizonte de autonomia dos trabalhadores relativamente ao capital) e a Ecologia-Mundo (MOORE 2014 – doravante “EM”), ou seja, entre dois paradigmas teóricos cada vez mais discutidos a nível global, mas que, até ao momento, nunca tinham sido justapostos (§1). O objetivo deste ensaio é mostrar que, embora as duas perspetivas se relacionem com a crise (ecológica) de forma muito diferente (§2), podem ser integradas de forma eficaz, se a comunicação entre elas for feita a um nível diferente, ou seja, ao nível da análise histórico-política da questão ambiental (§3). A partir desta “convergência” plausível —na verdade, uma troca teórica bastante exigente, que exige algumas concessões a ambas as posições — pode finalmente vir à luz uma interpretação política da crise ecológica contemporânea. Esta interpretação é capaz de questionar a relação entre o capitalismo e a natureza evitando tanto as dificuldades do catastrofismo, como as afinidades eletivas existentes entre a lógica do lucro e a lógica da proteção ambiental.
Emanuele Leonardi (2021). Operaismo e Ecologia-Mundo. Para uma teoria política da crise ecológica. THOMAS PROJEC, 5(1), 251-271.
Operaismo e Ecologia-Mundo. Para uma teoria política da crise ecológica
Emanuele Leonardi
2021
Abstract
Este artigo visa articular um “encontro” entre o operaismo (WRIGHT 2017 – também designado como “marxismo autonomista”, doravante “MA”, termo que sublinha um horizonte de autonomia dos trabalhadores relativamente ao capital) e a Ecologia-Mundo (MOORE 2014 – doravante “EM”), ou seja, entre dois paradigmas teóricos cada vez mais discutidos a nível global, mas que, até ao momento, nunca tinham sido justapostos (§1). O objetivo deste ensaio é mostrar que, embora as duas perspetivas se relacionem com a crise (ecológica) de forma muito diferente (§2), podem ser integradas de forma eficaz, se a comunicação entre elas for feita a um nível diferente, ou seja, ao nível da análise histórico-política da questão ambiental (§3). A partir desta “convergência” plausível —na verdade, uma troca teórica bastante exigente, que exige algumas concessões a ambas as posições — pode finalmente vir à luz uma interpretação política da crise ecológica contemporânea. Esta interpretação é capaz de questionar a relação entre o capitalismo e a natureza evitando tanto as dificuldades do catastrofismo, como as afinidades eletivas existentes entre a lógica do lucro e a lógica da proteção ambiental.File | Dimensione | Formato | |
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