Janeiro 1910, Frank Lloyd Wright chegava a Florença proveniente de Paris, segunda parada daquela que foi sua primera estadia européia, a qual durou cerca de um ano e foi iniciada em Berlim, onde o arquiteto havia passado parte do outono precedente. Os contatos há tempos estabelecidos com o editor berlinense Ernst Wasmuth foram concluídos com um acordo, dos quais os frutos seriam amadurecidos no biênio 1910-11, quando vieram à luz dois volumens monográficos dedicados à sua arquitetura. Na Toscana Wright permaneceria vários meses, porque precisava de tempo para aprontar o material grafico a ser publicado por Wasmuth e, também crucial, porque aqueles locais um pouco retirados, marginais com respeito às capitais européias da arquitetura moderna, o teriam podido ajudar a encontrar alívio da avalanche de críticas que haviam acompanhado sua fuga para a Europa com Mamah Borthwick, a esposa de Edwin Cheney, um de seus primeiros clientes. Deixava par trás uma carreira profissional que já tinha atingido o ápice do grande sucesso com a série das praire houses e dois edifíicos de solene beleza, os escritórios para a companhia Larkin e o Unit Temple. Decidiu alugar uma casa em Lugarno, onde o foram encontrar num primeiro momento Taylor Woolley, seu assistente no escritório de Oak Park e sucessivamente Lloyd, o seu filho primogênito, também arquiteto. Juntos dedicaram-se a completar os desenhos que figurariam no célebre portifólio Wasmuth. Dois meses depois, em março de 1910, Wright de mudou para o vilarejo Belvedere sobre as colinas fiesolane; naquele ameno retiro seu exílio voluntário durou ainda meio ano. Era a realização de um sonho do qual participava sua nova companheira, que o havia finalmente alcançado. Foram naqueles meses que Wright elaborou também o longo ensaio, intitulado "The sovereignty of the individual in the cause of architecture", o qual serviria de prefácio ao portifólio Wasmuth. Maio 1951, Frank Lloyd Wright estava novamente em Florença. Esta segunda visita se devia à ocasião da mostra das suas obras, a primeira que a Itália dedicou à arquitetura do mestre americano, organizada no Palazzo Strozzi e inaugurada domingo 24 de junho. Nesta segunda, mais curto, estadia Wright estava acompanhado da terceira mulher Olgivanna Lazovich e da filha do casal, Iovanna. Pouco mais de quarenta anos separavam os dois episódios; naquele início de verão de 1951, quando ele já havia atingido uma idade madura (84 anos) e obtido reconhecimento de nível mundial, conservava intacto pelos tantos arquitetos, estudantes e amigos que o acolheram na capital toscana, o fascino extraordinário dos pioneiros. Sob uma onda de recordaçoes, e talvez como símbolo de afeto por aquela terra toscana que o havia acolhido quadro décadas antes, o longo ensaio que foi escrito respirando ares florentinos, foi escolhido por Wright para iniciar a “Young Italy” nos princípios ideais que sob o seu ponto de vista haviam transformado a sociedade e a arquitetura modernas. Acompanhado de uma breve mensagem de saudação, "La sovranità dell'individuo", este o título que o escrito wrightiano recebeu na língua italiana, foi editado numa elegante brochura que apareceu concomitantemente à exposição no Palazzo Strozzi.

M.Casciato (2007). FRANK LLOYD WRIGHT: CRÔNICA DE UMA DESCOBERTA. PUERTO ALEGRE : Feevale.

FRANK LLOYD WRIGHT: CRÔNICA DE UMA DESCOBERTA

CASCIATO, MARISTELLA
2007

Abstract

Janeiro 1910, Frank Lloyd Wright chegava a Florença proveniente de Paris, segunda parada daquela que foi sua primera estadia européia, a qual durou cerca de um ano e foi iniciada em Berlim, onde o arquiteto havia passado parte do outono precedente. Os contatos há tempos estabelecidos com o editor berlinense Ernst Wasmuth foram concluídos com um acordo, dos quais os frutos seriam amadurecidos no biênio 1910-11, quando vieram à luz dois volumens monográficos dedicados à sua arquitetura. Na Toscana Wright permaneceria vários meses, porque precisava de tempo para aprontar o material grafico a ser publicado por Wasmuth e, também crucial, porque aqueles locais um pouco retirados, marginais com respeito às capitais européias da arquitetura moderna, o teriam podido ajudar a encontrar alívio da avalanche de críticas que haviam acompanhado sua fuga para a Europa com Mamah Borthwick, a esposa de Edwin Cheney, um de seus primeiros clientes. Deixava par trás uma carreira profissional que já tinha atingido o ápice do grande sucesso com a série das praire houses e dois edifíicos de solene beleza, os escritórios para a companhia Larkin e o Unit Temple. Decidiu alugar uma casa em Lugarno, onde o foram encontrar num primeiro momento Taylor Woolley, seu assistente no escritório de Oak Park e sucessivamente Lloyd, o seu filho primogênito, também arquiteto. Juntos dedicaram-se a completar os desenhos que figurariam no célebre portifólio Wasmuth. Dois meses depois, em março de 1910, Wright de mudou para o vilarejo Belvedere sobre as colinas fiesolane; naquele ameno retiro seu exílio voluntário durou ainda meio ano. Era a realização de um sonho do qual participava sua nova companheira, que o havia finalmente alcançado. Foram naqueles meses que Wright elaborou também o longo ensaio, intitulado "The sovereignty of the individual in the cause of architecture", o qual serviria de prefácio ao portifólio Wasmuth. Maio 1951, Frank Lloyd Wright estava novamente em Florença. Esta segunda visita se devia à ocasião da mostra das suas obras, a primeira que a Itália dedicou à arquitetura do mestre americano, organizada no Palazzo Strozzi e inaugurada domingo 24 de junho. Nesta segunda, mais curto, estadia Wright estava acompanhado da terceira mulher Olgivanna Lazovich e da filha do casal, Iovanna. Pouco mais de quarenta anos separavam os dois episódios; naquele início de verão de 1951, quando ele já havia atingido uma idade madura (84 anos) e obtido reconhecimento de nível mundial, conservava intacto pelos tantos arquitetos, estudantes e amigos que o acolheram na capital toscana, o fascino extraordinário dos pioneiros. Sob uma onda de recordaçoes, e talvez como símbolo de afeto por aquela terra toscana que o havia acolhido quadro décadas antes, o longo ensaio que foi escrito respirando ares florentinos, foi escolhido por Wright para iniciar a “Young Italy” nos princípios ideais que sob o seu ponto de vista haviam transformado a sociedade e a arquitetura modernas. Acompanhado de uma breve mensagem de saudação, "La sovranità dell'individuo", este o título que o escrito wrightiano recebeu na língua italiana, foi editado numa elegante brochura que apareceu concomitantemente à exposição no Palazzo Strozzi.
2007
Bloco (3)
186
203
M.Casciato (2007). FRANK LLOYD WRIGHT: CRÔNICA DE UMA DESCOBERTA. PUERTO ALEGRE : Feevale.
M.Casciato
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