O Movimento das Cidades de Transição e participação: o estudo de caso de San Lazzaro em Transição. Este trabalho se insere no âmbito da minha pesquisa de Mestrado em “Psicologia Escolar e Comunitária” que teve como objetivo analisar um caso específico do Movimento de Transição: o Movimento de San Lazzaro em Transição – SLiT – (Bologna-Itália). O SLiT pode ser consi-derado um movimento de participação “bottom up”, criado pela motivação, envolvimento di-reto e atividades dos cidadãos. Como Amna (2012) sugere, trata-se de uma forma coletiva de participação em varios níveis: civil, político e voluntário. Ao longo da investigação foram observadas as modalidades de ação do SLiT no que diz re-speito à criação de laços comunitários. As técnicas de recolha dos dados foram de tipo qualitativo, incluindo a observação participan-te e entrevistas semi-estruturadas. A observação participante foi utilizada prevalentemente na fase exploratória da pesquisa e visou individuar os testemunhas privilegiados do SLiT, entre os quais fundadores, activistas e colaboradores do Movimento. Permitiu asistir a três encontros sobre a coordenação dos projetos, observar as dinámicas de formação do grupo sobre temáti-cas particulares e de coesão e reciprocidade dentro do grupo. A entrevista semi-estruturada foi a principal técnica escolhida para investigar as representações sociais sobre o Movimento de Transição, as dimensões do conceito de empowerment (Zim-mermann, 2000), do sentido de comunidade, a definição do conceito de resiliência, a co-strução de redes formais e informais dentro e fora do SLiT. Foram realizadas 21 entrevistas e os participantes foram divididos em três grupos, o Grupo Guia formado por activistas e fun-dadores do movimento, o Grupo dos Participantes do 8° CeAt (curso de compartilhamento e profundização da Transição) e o Grupo dos Colaboradores, ou seja, os testemunhas vinculados com o SLiT através das actividades específicas. A pesquisa permitiu analisar os vários níveis de ação do Movimento para promover a partici-pação dos cidadãos do Municìpio de San Lazzaro que proporcionam diferentes formas de en-volvimento: ideológico, pragmático, de grupo e comunitário. Conforme a análise qualitativa dos dados, surgem altos níveis de empowerment nos três gru-pos entrevistados e os resultados relativos à conexão emotiva do sentido de comunidade indi-cam um predominio de laços fracos. Esta pesquisa detectou a necessidade de reconsiderar a definição teórica e operacional do con-ceito de comunidade, através à delimitação das fronteiras territoriais e relacionais a partir dos processos de desenvolvimento de comunidade promovidos pelo Movimento de Transição, quais os processos de empowerment e de construção de rede social. Referências bibliográficas: - Amna, E., (2012), How is civic engagement developed over time? Emerging answers from a multidiciplinary field, Journal of Adolescence, 35 (3), 611-627. - Zimmerman, M. A. (2000) Empowerment theory: psychological, organizational and commu-nity levels of analysis. In Rappaport, Seidman (2000). Handbook of Community Psychology. New York: Plenum-Kluwer.
O Movimento das Cidades de Transição e os processos psicossociais. Participação e sentimento de comunidade.
GUARINO, ANTONELLA
2016
Abstract
O Movimento das Cidades de Transição e participação: o estudo de caso de San Lazzaro em Transição. Este trabalho se insere no âmbito da minha pesquisa de Mestrado em “Psicologia Escolar e Comunitária” que teve como objetivo analisar um caso específico do Movimento de Transição: o Movimento de San Lazzaro em Transição – SLiT – (Bologna-Itália). O SLiT pode ser consi-derado um movimento de participação “bottom up”, criado pela motivação, envolvimento di-reto e atividades dos cidadãos. Como Amna (2012) sugere, trata-se de uma forma coletiva de participação em varios níveis: civil, político e voluntário. Ao longo da investigação foram observadas as modalidades de ação do SLiT no que diz re-speito à criação de laços comunitários. As técnicas de recolha dos dados foram de tipo qualitativo, incluindo a observação participan-te e entrevistas semi-estruturadas. A observação participante foi utilizada prevalentemente na fase exploratória da pesquisa e visou individuar os testemunhas privilegiados do SLiT, entre os quais fundadores, activistas e colaboradores do Movimento. Permitiu asistir a três encontros sobre a coordenação dos projetos, observar as dinámicas de formação do grupo sobre temáti-cas particulares e de coesão e reciprocidade dentro do grupo. A entrevista semi-estruturada foi a principal técnica escolhida para investigar as representações sociais sobre o Movimento de Transição, as dimensões do conceito de empowerment (Zim-mermann, 2000), do sentido de comunidade, a definição do conceito de resiliência, a co-strução de redes formais e informais dentro e fora do SLiT. Foram realizadas 21 entrevistas e os participantes foram divididos em três grupos, o Grupo Guia formado por activistas e fun-dadores do movimento, o Grupo dos Participantes do 8° CeAt (curso de compartilhamento e profundização da Transição) e o Grupo dos Colaboradores, ou seja, os testemunhas vinculados com o SLiT através das actividades específicas. A pesquisa permitiu analisar os vários níveis de ação do Movimento para promover a partici-pação dos cidadãos do Municìpio de San Lazzaro que proporcionam diferentes formas de en-volvimento: ideológico, pragmático, de grupo e comunitário. Conforme a análise qualitativa dos dados, surgem altos níveis de empowerment nos três gru-pos entrevistados e os resultados relativos à conexão emotiva do sentido de comunidade indi-cam um predominio de laços fracos. Esta pesquisa detectou a necessidade de reconsiderar a definição teórica e operacional do con-ceito de comunidade, através à delimitação das fronteiras territoriais e relacionais a partir dos processos de desenvolvimento de comunidade promovidos pelo Movimento de Transição, quais os processos de empowerment e de construção de rede social. Referências bibliográficas: - Amna, E., (2012), How is civic engagement developed over time? Emerging answers from a multidiciplinary field, Journal of Adolescence, 35 (3), 611-627. - Zimmerman, M. A. (2000) Empowerment theory: psychological, organizational and commu-nity levels of analysis. In Rappaport, Seidman (2000). Handbook of Community Psychology. New York: Plenum-Kluwer.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.