Dados históricos revelam que a perseguição a grupos ciganos tem sido registrada ao longo dos últimos séculos, chegando a se configurar como política oficial de extermínio na Europa do século XVI. Na atualidade, em diferentes contextos e nacionalidades, inúmeros episódios de banimento e práticas discriminatórias contra integrantes dessa etnia têm sido verificados, fortalecendo as relações de conflito entre os universos cigano e não cigano. Em consonância com essa realidade, de acordo com a literatura internacional, no imaginário social contemporâneo o povo cigano tem sido representado com elementos estereotipados cujos significados têm favorecido a difusão de sua imagem como ladrões, amaldiçoados, sujos e traiçoeiros. Conhecer a dinâmica constitutiva de tal campo representacional apresenta-se como uma importante questão a ser explorada. Tendo como referência a Teoria das Representações Sociais, o presente estudo tem como objetivo investigar em grupos de brasileiros e italianos a constituição do campo semântico associado ao objeto “ciganos”, dimensionado nas configurações de gênero - “homem cigano” e “mulher cigana”. Apoiada na perspectiva não consensual das representações sociais, a proposição deste estudo visa à análise dos diferentes níveis de ancoragem (social, psicológica e psicossocial) para a identificação das posições individuais frente aos diversos núcleos de significado que constituem as representações sociais. A pesquisa está sendo desenvolvida a partir da aplicação de questionários entre 400 estudantes de universidades das cidades italianas de Bolonha e Chieti e da região da Grande Vitória/Brasil. O instrumento de coleta dos dados é constituído pelos seguintes tópicos de informação: dados socioeconômicos; técnica de associação para os termos indutores “cigano”, “mulher cigana” e “homem cigano”, com questões exploratórias; campo afetivo e valorativo relacionado ao objeto de representação; e exploração da experiência e contatos com ciganos ou ciganas. No que se refere ao tratamento dos dados, as análises estão sendo conduzidas por meio dos softwares SPAD-T e SPSS. Espera-se que os resultados gerados a partir deste estudo possam contribuir para o conhecimento mais refinado dos estereótipos negativos largamente difundidos no imaginário social, núcleo do preconceito e da violência cometida contra essa etnia. Apoio: CAPES/PRODOC, CNPq.

M. Bonomo, L. de Souza, G. Melotti, C. Berti, M. Pivetti (2012). Representacoes sociais de ciganos entre brasileiros e italianos. VITORIA : GM Editora.

Representacoes sociais de ciganos entre brasileiros e italianos

MELOTTI, GIANNINO;
2012

Abstract

Dados históricos revelam que a perseguição a grupos ciganos tem sido registrada ao longo dos últimos séculos, chegando a se configurar como política oficial de extermínio na Europa do século XVI. Na atualidade, em diferentes contextos e nacionalidades, inúmeros episódios de banimento e práticas discriminatórias contra integrantes dessa etnia têm sido verificados, fortalecendo as relações de conflito entre os universos cigano e não cigano. Em consonância com essa realidade, de acordo com a literatura internacional, no imaginário social contemporâneo o povo cigano tem sido representado com elementos estereotipados cujos significados têm favorecido a difusão de sua imagem como ladrões, amaldiçoados, sujos e traiçoeiros. Conhecer a dinâmica constitutiva de tal campo representacional apresenta-se como uma importante questão a ser explorada. Tendo como referência a Teoria das Representações Sociais, o presente estudo tem como objetivo investigar em grupos de brasileiros e italianos a constituição do campo semântico associado ao objeto “ciganos”, dimensionado nas configurações de gênero - “homem cigano” e “mulher cigana”. Apoiada na perspectiva não consensual das representações sociais, a proposição deste estudo visa à análise dos diferentes níveis de ancoragem (social, psicológica e psicossocial) para a identificação das posições individuais frente aos diversos núcleos de significado que constituem as representações sociais. A pesquisa está sendo desenvolvida a partir da aplicação de questionários entre 400 estudantes de universidades das cidades italianas de Bolonha e Chieti e da região da Grande Vitória/Brasil. O instrumento de coleta dos dados é constituído pelos seguintes tópicos de informação: dados socioeconômicos; técnica de associação para os termos indutores “cigano”, “mulher cigana” e “homem cigano”, com questões exploratórias; campo afetivo e valorativo relacionado ao objeto de representação; e exploração da experiência e contatos com ciganos ou ciganas. No que se refere ao tratamento dos dados, as análises estão sendo conduzidas por meio dos softwares SPAD-T e SPSS. Espera-se que os resultados gerados a partir deste estudo possam contribuir para o conhecimento mais refinado dos estereótipos negativos largamente difundidos no imaginário social, núcleo do preconceito e da violência cometida contra essa etnia. Apoio: CAPES/PRODOC, CNPq.
2012
Psicologia social: Desafios Contemporaneos
71
72
M. Bonomo, L. de Souza, G. Melotti, C. Berti, M. Pivetti (2012). Representacoes sociais de ciganos entre brasileiros e italianos. VITORIA : GM Editora.
M. Bonomo; L. de Souza; G. Melotti; C. Berti; M. Pivetti
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